quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Sem palavras

Eu tinha tantas coisas pra contar, muitos acontecimentos que eu gostaria de comentar. Acho que faltou coragem, disposição, inspiração para sentar e começar. Às vezes eu sou assim, preguiçosa. O tempo passa e as coisas acabam perdendo o sentido.

Há algumas semanas li um livro maravilhoso, "O monge e o executivo" e, vejam só como eu sou. Final de 2006, estava com uma amiga no shopping quando entramos em uma livraria. Lá pelas tantas ela me apontou o livro e disse "é ótimo" e eu o comprei. Pois não é que só o li agora, quase um ano depois?!

Aprendi com essa leitura uma fórmula mágica. INTENÇÃO - AÇÃO = NADA; INTENÇÃO + AÇÃO = VONTADE. De que adianta eu ter a intenção de escrever e não o fazer? Preciso agir para fazer acontecer. E comecei a pensar sobre mim mesma. Quantas vezes não me senti injustiçada porque estava cheia de boas intenções? Tantas vezes deixei de ligar para amigos nos dias de seus aniversários, mesmo lembrando! Mas, eu me permitia fazer isso, afinal TINHA a intenção de ligar e pra mim isso bastava. Confesso que lendo o que estou escrevendo dá uma vergonha, um sentimento ruim em relação a mim mesma, sabe?

É tão difícil reconhecer nossos defeitos, por mais que saíbamos o que está errado. Sempre escutei as pessoas falarem que eu sou muito calma. Foi assim na minha formatura de jornalismo. Nossos oradores citaram cada um dos formandos junto com um adjetivo. "Laura e sua calma" foi o que ouvi quando chegou minha vez. Semana passada, durante o trabalho, uma colega que acabara de me conhecer disse: Laura você é bem calma, não é? E ontem, numa conversa no msn, com uma amiga/noiva/virtual (que nem me conhece), li a pergunta "Laurinha vc é bem calma, né?"

E aí eu tô me perguntando será que essa calma toda é uma coisa boa? O que será que estão me dizendo com isso? Que eu sou demente? Que não me importo com as coisas? Que não dou a devida atenção que o momento merece? Que sou desleixada? Ou será que sou uma pessoa segura? Que transmite paz, tranquilidade? Que sabe o que está fazendo? Eu confesso que não sei, mas sei que venho negligenciando muita coisa e talvez seja isso o que muita gente esteja traduzindo como "calma".

E eu não quero isso, independente da resposta, eu não quero ser uma "pessoa calma", até porque isso não traduz a verdade do que se passa com meu coração. Sou extremamente ansiosa, crítica, chata, detalhista. E se eu não dou gritos quando ainda tem uma matéria sendo editada para um jornal que já está no ar é porque eu sei que gritos não vão ajudar e também porque confio na responsabilidade de quem estar cobrindo as imagens. Talvez seja aí o ponto em que esteja errada... vai saber?!

Momentos de reflexão, de olhar mais pra dentro, de me conhecer e melhorar. Como pessoa, como mulher, como profissional. Muitos outros textos sobre essa minha introspecção estão por vir, estejam certos disso.

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