sábado, 30 de setembro de 2006

Sob a Amazônia


Sempre adorei andar de avião, desde a minha primeira viagem há longos 20 anos. Ao contrário de minha irmã, que tem verdadeira fobia de voar. E foi por causa dela, que morava em Porto Velho, que sobrevoei a Amazônia. Meu único momento de medo foi quando o avião se preparava para pousar em Manaus. Olhava pela janela e só via mata, cortada por longos rios de água barrenta. Achava que ia parar no meio do mato. É sério, não se via nada além disso. Até que, no meio das árvores, se abriu uma clareia e vi a pista do aeroporto no momento em que tocamos no chão. Mas, pela janela, ainda continuava a ver árvores. Tinha onze anos, mas nunca esqueci a cena.

Tenho certeza que voar é mais seguro que andar de carro. Alías, minha fobia é pegar uma estrada. Se pudesse iria de Recife a Caruaru de avião. Exageros a parte, não consigo relaxar dentro de um carro. Avião é o meio de transporte mais seguro e pronto. Mas, desde que soube, ontem a noite, do desaparecimento do avião da Gol estou chateada. Impossível não pensar no desespero das pessoas que estavam dentro daquela aeronave. Pior ainda na angústia das famílias que até agora esperam por notícias. Notícias que todos sabem não serão nada boas. Isso não me sai da cabeça. Fui dormir de madrugada acompanhado as informações. Nessa hora, também funciona a danada da veia jornalística.

Lembrei tanto de minha amiga Maria Tereza, que depois de morar em Brasília, está hoje em Manaus. Já liguei e ela estava de plantão no hospital onde trabalha. Confesso que fiquei aliviada. Mas ela comentou sobre o medo que sentiu, depois de contar que várias vezes embarcou nesse vôo, o 1907, da Gol.

Ontei fechei os olhos no meio de uma sessão de cinema e rezei. Pedi a Deus que leve paz e conforto as famílias dessas pessoas. E nos livre de todos os males. Amém.

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