domingo, 11 de novembro de 2007

2007 passou como um furacão. Essa semana me surpreendi quando entrei no shopping e vi toda aquela decoração natalina, com direito a neve e tudo. Confesso que adoro essa época, sentimentos bons me tomam a alma, lembranças gostosas invadem minha mente, dá uma saudade da infância, dos amigos secretos do final do ano no Vera Cruz.

Aí me dei conta que cresci e que este será meu último natal solteira e aí eu, em pleno shopping, fiquei com os olhos cheios de lágrimas. Confesso que eu tenho um sério problema com essa coisa de crescer, virar adulta... Sério problema mesmo, daqueles que mereciam uma terapia. Às vezes acho que eu seria feliz na Terra do Nunca.

É que sendo racional eu não sei qual a vantagem de sair da casa dos pais e assumir um monte de responsabilidades, inclusive as financeiras. Ser a responsável pela administração de uma casa, lavar, passar, fazer a feira. Pra quê tudo isso se você teve a vida inteira uma pessoa pra fazer isso por você? Eu heim.. Os adultos são meio infantis.

Por isso 2008 pinta como um ano de grandes mudanças pra mim. Vamos ver como é essa história de ser adulta de verdade. Grandes expectativas. Acho que já comecei a amadurecer, a peceber que muitas vezes é preciso recuar em algumas coisas, mas que em outras é preciso mesmo insistir. Casar não significa se anular, mas mais do que nunca ser você mesma. E insistir em ser você mesma. E eu me dei conta de que estava encarando tudo de uma forma errada por causa dos meus próprios pensamentos.

Quando adolescente eu não queria casar porque achava que isso iria atrapalhar meus sonhos de correr o mundo. Costumava dizer que o mundo era bem maior do que a cidade do Recife e que eu merecia desbravá-lo. Casamento, no mínimo, não me ajudaria. Sem contar que era chocante ver uma adolescente com pensamentos tão diferente dos da maioria e eu adorava isso. Outro dia encontrei uma antiga amiga de colégio numa sorveteria. Eu estava com meu noivo e assim que ela me viu perguntou se eu tinha casado. Quando eu respondi que ainda não, mas que já estava marcado, ela disse pra ele: " meu filho cuidado, case logo porque se não ela vai correr, essa mulher vivia dizendo que não queria casar, portanto case logo!" Ai que deu uma saudade daquela época de sonhos.

Quinze anos depois eu continuo a mesma sonhadora, bem menos criativa e original. Pego-me sonhando com a casa administrada por mim, com o supermercado feito por mim, com as contas pagas por mim. E esse sim, é o meu mundo, que pode nem ser tão grande, mas que é verdadeiramente meu. E assim eu acho que virei adulta.

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