domingo, 25 de novembro de 2007

Alimentos

Estava voltando pra casa hoje a noite, rádio ligado e nada me agradava. Zapiei e cheguei na CBN, estava um terapeuta dando conselhos aos ouvintes. Só ouvi uma senhora que contou a estório do filho e da nora. O filho era um santo, a esposa uma bruxa (ahhhh, as sogras...) e recém-casados foram morar com ela. O problema é que todos eram maravilhosos com a danada na menina, que não tinha jeito: era megera.

Não sei bem o que esta senhora queria ao ligar para um programa de rádio e contar essa estória, mas a primeira pergunta do terapeuta foi "e seu filho, não era mauzinho não, né?".

- Nãooooo, de jeito nenhum! Ele sempre foi muito generoso! Ela que não tinha jeito.

- Mas é que em casos como este a generosidade é um defeito. O egoísta - e realmente parecia que esta moça era realmente muito má - se alimenta da generosidade alheia. Então, quanto mais generosos somos com os egoítas, mais eles serão egoístas.

Acho que não precisamos ser terapeutas para concluir isso, difícil é elaborar essa teoria no meio do caos. Cheguei em casa e não ouvi o resto, mas uma luz se acendeu. A gente é, na verdade, responsável por tudo que nos acontece. Não adianta rejeitar ardentemente uma coisa se o que fazemos é alimentá-la! E eu já tinha pensado nisso, mas não tinha levado muita fé nas minhas próprias conclusões. Foi preciso que, num domingo a noite eu, sem alternativas melhores, sintonizasse uma rádio qualquer, num programa qualquer, ouvisse de um doutornãoseidequê o que precisava para repensar minhas próprias atitudes.

E você, o que alimenta no outro aquilo que lhe faz mal?

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