quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Por do Sol

Coisas ruins acontecem com qualquer pessoa. Essa semana tem sido particularmente longa pra mim. Acho que as muitas horas de trabalho diárias começam a fazer efeito na minha vida. Enxaqueca de enlouquecer, irritação a flor da pele. Mas, as coisas sempre podem piorar, já dizia o famoso Murphy. Ontem recebi, com tristeza, a morte de uma pessoa da família. Coisa altamente inesperada. Faz parte da vida, sem dúvida nenhuma. Duro mesmo é para os mais próximos.

Durante minha “tarde de folga” caminhei pelo cemitério. Pode parecer mórbido, mas faço isso para pensar na minha própria vida. Será que priorizo o que realmente é importante? Será que enfrentar certas pessoas e situações são necessárias? Pouco tempo pra mim, trabalho – na assessoria – desmotivador... Será que isso tudo é válido ou uma grande perda de tempo? Vale a pena se chatear, se irritar com atitudes erradas de outras pessoas? Não me parece mórbido ter a consciência de que caminhamos, todos nós, para o mesmo fim.
No meio da caminhada encontrei o túmulo de um dos passageiros do boing da Gol. Editei na tv, por isso sabia o nome. Fiz uma oração e me veio em mente a frase que ele sempre falava para a família: “junto somos mais fortes”. Fortaleza que certamente, um casal de velhinhos encontrava um no outro. Eles ficaram durante horas conversando sentados em frente a um túmulo. O sol já estava se pondo e fiquei de longe imaginando de quem seria aquele túmulo. De um filho, provavelmente. Alguém comentou comigo que aquilo parecia masoquismo. Não tive o mesmo sentimento. Acho apenas que aquele foi o jeito encontrado por eles para continuar tocando a vida, uma forma de consolo, de se sentirem mais próximos. Acho que juntos eles também são mais fortes.

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