sábado, 28 de outubro de 2006

Muito barulho por nada

Era uma vez um repórter muito, muito famoso. Corajoso, era tido como um dos melhores jornalistas do país. Certa vez, uma anônima estudante de jornalismo foi entrevistá-lo. E decepcionou-se com a figura. Ele falava, tentando parecer simples, mas nem conseguia disfarçar a arrogância. “Porque EU fiz isso, EU mostrei que era assim, EU peitei o coronel, EU, EU, EU, EU...” A menina teve vontade de dormir.

A partir desse dia, a tal estudante, muito encrenqueira por sinal, prestava atenção em tudo o que ele fazia. E descobriu...

... O texto era sempre o mesmo...

A área era repleta de cachorros sarnentos. Carrapatos, pulgas e sarnas ameaçavam a todos que se aproximassem. Os cachorros, por não agüentarem tanto sofrimento, tornaram-se perigosos. Chegar próximo a eles seria um risco muito grande. Placas ao longo de todo o caminho advertiam sobre o perigo. Mas nós não nos intimidamos. Quando chegamos mais próximo nos deparamos com um cachorro louco. Ele nos olhava como se perguntasse: o que estão fazendo aqui? O perigo era iminente, um passo em falso e o ataque poderia nos pegar de surpresa. O bicho se aproxima ameaçador. Paramos. Ele chega mais perto. Mas, por sorte nossa, um barulho vindo do Vale o faz correr....”

... Bastava trocar o cachorro por uma onça pintada, um tigre ou tubarão. A estória era sempre a mesma. Mais tarde, já jornalista, a menina teve certeza: era muito barulho por nada.
P.S - Qualquer semelhança com fatos, pessoas ou acontecimentos reais terá sido merá coincidência.

Um comentário:

Sheila disse...

Hum... Por um acaso, este repórter já fez algumas (ou várias) matérias para o Globo Repórter?! Pq se for quem eu estou pensando...Realmente, agora que vc me abriu os olhos, ele é bastante repetitivo. :)


Beijos!