sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Ser Jornalista

Eu sempre sonhei em ser jornalista, desde pequena. Todo mundo até achava que era coisa de criança e que mudaria com o passar da idade. Para meu azar, as coisas só se confirmaram. O fato é que o dia a dia da profissão é muito difícil. E não falo aqui dos feriados e fins de semana trabalhados. Isso faz parte, é inerente à profissão e quem não quer trabalhar 24 de dezembro escolha outro ganha pão.

Falo é da falta de respeito dos "patrões", dos donos dos veículos de comunicação nesse Estado. Os salários são muito, muito ridículos, o que obriga a pessoa a ter mais de um emprego e a se submeter a coisas horríveis. As condições de trabalho também são péssimas, equipamentos de baixa qualidade e exigências cada vez mais absurda.

Óbvio, deu pra perceber que nem com todo sonho do mundo é possível trabalhar satisfeito e feliz. E agora ainda tem a novidade de quererem desregulamentar a profissão e não exigir mais o curso superior. Tenho certeza que esse absurdo não passará pelo Supremo Tribunal Federal.

Mas, o que me revolta mesmo, o que me deiza indignada, com vontade de mandar esse povo pra pqp foi a proposta salarial desde ano. Antes não tivessem feito proposta nenhuma. Sinto-me ultrajada, desrespeitada, feita de palhaça! Olhem a proposta que recebi por e-mail enviado pelo Sindicato:

EMPRESAS DE COMUNICAÇÃO QUEREMAUMENTAR LUCRO REDUZINDO SALÁRIOS!

Os patrões querem tirar dinheiro do nosso bolso. A proposta é reduzir a remuneração de gráficos, radialistas e jornalistas. A classe patronal está condicionando o aumento salarial à redução da remuneração das horas-extras - REDUZIR em 50% a remuneração sobre a sexta e sétima horas-extras, hoje pagas a 100% e REDUZIR de 30% para 20% o adicional noturno - e implantar o banco de horas onde ainda não existe, ou seja, entre os companheiros gráficos.No caso dos jornalistas, outra proposta é que as horas trabalhadas nos domingos e feriados, hoje remuneradas a 100%, passem a ser consideradas NORMAIS (!), se trabalhadas dentro da carga horária. E mais: as horas-extras realizadas nesses dias (domingos e feriados) seriam pagas a 50%, podendo ainda metade ser compensada. Esse PACOTE DE MALDADES das empresas representaria uma REDUÇÃO de 37%, em média, no salário dos jornalistas.
Assim, em troca, os patrões propõem um reajuste de 5% para jornalistas, radialistas e gráficos, percentual bem abaixo da inflação calculada pelo Dieese no período de agosto de 2007 a agosto 2008 que é de 7,23%. Como se pode ver, NA PONTA DO LÁPIS, o que as empresas propõem é que, numa inversão perversa da lógica, os trabalhadores concedam aumento ao lucro do patronato. Isso quando, só no ramo de jornais e revistas, o lucro vai de vento em popa. No Congresso Brasileiro da Associação Nacional de Jornais (ANJ), realizado no último mês de agosto, as empresas comemoraram crescimento recorde no ano passado (8,04 milhões de exemplares diários). E só no primeiro semestre deste ano, o faturamento bruto com anúncios foi de R$ 1,65 bilhão, 20% acima do mesmo período de 2007. O crescimento da receita com anúncios no Nordeste foi de 31,65%. Cadê esse dinheiro? Está no SEU BOLSO?!Por tudo isso NÃO PODEMOS ACEITAR propostas que tornem ainda mais miserável a média salarial de radialistas, gráficos e jornalistas. NÓS MERECEMOS RESPEITO!!OS GRÁFICOS JÁ ESTÃO COM PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO À GREVE. Jornalistas e radialistas devem se preparar para agir.

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